segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Medo do que?

É fácil perceber, o tempo todo, o quanto as pessoas possuem medo de errar. Medo de serem frágeis, de não serem queridas, medo, medo e medo.
Mas como viver, passar de nível nesse jogo sem arriscar, testar até onde podemos ir, explorar o que ainda não conhecemos?
Como podemos "destravar" os medos?
Não existem muitas respostas. Provavelmente, teremos que nos submeter ao que mais nos apavora e, então, enfrentar. Continuar evitando só vai adiar o crescimento e gerar angústia. Quando não enfrentamos o que nos apavora, sentimos uma sensação de derrota e frustração, que isso pode acabar doendo mais do que o enfrentamento.

Fomos acostumados à punição pelo erro e nos condicionamos a não arriscar para não errar, pois sempre tivemos reforços negativos. Com o tempo, percebemos que não há outra maneira de passar de fase nesse jogo infinito de crescimento individual, a não ser nos permitindo o erro.
Existe algo que podemos refletir nos momentos de encarar o desconhecido e também nos momentos de ansiedade frente a uma decisão: "O que de melhor pode acontecer?" e " O que de pior pode acontecer?" Parece bobagem, mas essas indagações desnudam as fantasias, tornando-as factíveis e mais reais, diminuindo, assim, o sofrimento e a angústia. Fazer o exercício de dar aos fatos o tamanho real que eles possuem, traz serenidade e clareza para escolher o melhor caminho no momento necessário.
Outro fato que assombra as pessoas é que a escolha de algo implica diretamente na não escolha de outra opção. Sempre fica a dúvida: "E se eu tivesse escolhido o outro caminho?"
Qual seu maior medo?
É a responsabilidade da escolha ou o que se pode perder com a "não" escolha?
O que define a escolha é o tempo e momento. É comum reeditarmos uma escolha do passado e termos a sensação de que faríamos diferente hoje. E, talvez, até faríamos mesmo, mas naquele momento e naquela situação é o que conseguimos com o objetivo de alcançar o melhor.
Na nossa evolução, mudamos pontos de vista, padrões e opiniões a respeito de tudo. A percepção de ontém pode não ser mais a mesma hoje.

Pensar dessa forma, a respeito do que decidimos no passado, ameniza o peso que muitas vezes insistimos em carregar desnecessariamente por coisas que não podemos mudar. Mas não devemos desprezar o aprendizado que podemos ter ao refletir sobre aquele passado.

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (Shakespeare)

Leila Martins
@LeilaVirtual

3 comentários:

  1. Olá Leila, em primeiro lugar, muito bom teu artigo. Ele nos faz refletir um pouco sobre as programações que inserimos diariamente em nosso cérebro e que fazem parte de um complexo banco de dados onde encontramos as respostas para nossas perguntas. Em minha opinião o medo nada mais é que uma grande pergunta, pergunta essa que nos faz reavaliar e qualificar nossas decisões no intuito de minimizar riscos. A cada dia que aprendemos algo diferente, esta informação servirá para aprimorar nosso poder de resposta, e acredito que por este motivo, quase sempre poderemos ou poderíamos ter feito diferente.
    O medo faz parte do nosso sistema básico de sobrevivência, nos alerta para eventuais perigos desnecessários ou que comprometam a integridade do nosso corpo e mente. O medo nos protege, porém assim como a água, essencial a vida, quando em excesso se torna letal. Costumo dizer sempre "Se não há medo, não há coragem, se não há coragem não há glória e se não há glória, que graça tem a vida?”

    Beijo grande, Cadu. "Espero você no meu blog"
    http://retratoseletras.blogspot.com/

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  2. Cadu, adorei o comentário, profundo e verdadeiro.

    Vou entrar sim no seu blog! beijos e sucesso! Leila

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  3. Bom dia Leila;
    Em relativamente pouco tempo, esta foi a terceira vez que li o seu ótimo artigo "Medo do que?" em diferentes plataformas de leitura. Parabéns, ótimo, instigante e provocativo texto.
    Quanto a tais medos, creio que sempre existiram ao longo do tempo porém, com o passar desse mesmo tempo, foram ganhando novas roupagens, características do tempo que vivíamos e vivemos e,culminando em novos receios, medos e traumas. Isso, para os que possuem alguma consciência real dos fatos. Sigamos pois, assim somos nós, essa é a vida.
    Em tempo: Ah, os vinhos... Ah, se não fossem os vinhos, os momentos, os contextos, as parcerias e, os momentâneos não medos.

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